sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A Primeira Sopa

4 e 11 de Outubro, Casa da Sopa


Testemunhos Pessoais

Para mim, este meu primeiro dia de voluntariado foi muito produtivo. Para além de ajudar uma senhora que todos os dias lida com todas as pessoas que lá passam (e digo que não é um trabalho muito fácil), falei e ouvi histórias que por vezes penso que são mentira... Como ir a consultas médicas a pé com problemas de saúde... entre outros... adorei este dia e espero repeti-lo!

Filomena Rocha



Depois do contacto com os sem abrigo, achei a experiência muito gratificante e divertida, mas, acima de tudo, importante, porque com todas as histórias que eles contaram, apercebi-me de realidades cuja dimensão eu não tinha noção e que pensava que nem sequer existiam. Com esta experiência aprendi que nem tudo é fácil como parece...

Joana Gomes



O primeiro contacto foi já demasiado inesperado, mas recompensador! E acho que será sempre assim... jà que estamos a entregar uma pequena parte de nós a pessoas com histórias de vida bem mais longas e complexas que as nossas.

Mafalda Rego



Nesta experiência tive oportunidade de conhecer novas pessoas completamente diferentes daquilo que conhecia. Adorei a experiência e vou certamente repeti-la!

Joana Guimarães



Na casa da sopa partilhei várias experiências e dei um pouco da minha ajuda áqueles que realmente precisam.

João Duarte



Este foi o primeiro passo desta longa caminhada que espero desenvolver com estas pessoas tão diferentes de nós. Saí de lá ainda com mais vontade de levar este projecto para a frente.

Tiago João


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

ANAPEN

A Casa da Sopa é uma das instalações da Associação Nacional de Apoio aos Pobres e Necessitados – ANAPEN. Está instalada em Vila Nova de Gaia desde 2001 e actualmente atende diariamente cerca de 50 sem-abrigo ou pessoas e famílias carenciadas.
A ANAPEN não tem qualquer apoio institucional e vive da colaboração de doadores privados – sejam empresas ou indivíduos. Leva a cabo campanhas de recolha de alimentos, roupas e, pela altura de Natal, brinquedos. Além de distribuir estes bens, seja em cabazes ou diariamente na Casa da Sopa, tem um papel na acção social muito importante, procurando soluções para agregados familiares em dificuldades: empregos, consultas médicas e até mesmo casa ou mobília.

sábado, 18 de outubro de 2008

Vale mais que mil palavras !

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Legião da Boa Vontade





A LBV desenvolve um projecto que passa, essencialmente, por apoiar indivíduos e famílias carenciadas com a colaboração da população envolvente em cada área, que se voluntaria a participar nas diversas acções de apoio. Os seus principais programas são “Um Passo em Frente” de apoio a famílias carenciadas e em situações de risco, “Cidadão Ecuménico” que leva equipas de conforto espiritual a lares de terceira idade e hospitais, “Sorriso Feliz” para a prevenção da saúde oral, sobretudo ao nível de escolas, e a “Ronda da Caridade” que presta atendimento aos sem-abrigo. Além dos programas de intervenção ainda presta serviços contínuos de cantina e distribuição de cabazes de alimentos e vestuário no seu centro social. A “Ronda da Caridade” é o programa em que pretendemos actuar mais activamente. Funciona desde 1993 às Sextas-feiras e Sábados entre as nove e meia da noite e as quatro da madrugada, pára em 13 pontos diferentes da cidade do Porto e atende cerca de uma centena de sem-abrigo. Os 7 voluntários que vão na carrinha da ronda servem sopa e leite quente aos sem-abrigo, distribuem kits com outros alimentos e roupa, cobertores e sapatos e tentam dar algum conforto humano sempre que necessário.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quem...nós?




FILOMENA


Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.

Fernando Pessoa

Nada, às vezes não peço nada à vida, o tudo parece aprisionar os pensamentos e o ser....o nada da-me liberdade! Para dar tenho apenas o meu sorriso rasgado que dizem loucos por aí ilumina uma sala, faz girar mundos, faz de mim a criança que sou e espero, espero cá dentro sempre ser. Prefiro viver no mundo da lua e olhar o céu, prefiro tocar a natureza com os pés descalços, correr muito cair mais ainda. Ser sensível como sou e chorar às vezes por tudo outras vezes por nada. Esse nada que é o meu ser, só completo pelos rostos que iluminam a estrada da minha vida, da minha existência. A esses ergo um brinde sempre que me deito e penso... é tão bom ter nada tendo realmente tudo. Chamam-me Filomena... ou Mena... e ainda... Filoooo (não confundir com rabanadas!)

Bem, “ao virar da esquina” é um projecto que se calhar não é novo na minha vida. Domingos há em que me podem encontar no modelo da Rechousa a fazer a recolha de alimentos para aqueles que deles necessitam. Por isso o tema do grupo cabe em mim como uma luva. Ajudar os outros não é uma espécie de ‘missão’ – não sinto isso. É uma necessidade que vem de dentro, sempre veio e sempre me inquietou. Por isso, vou virar mais uma esquina em direcção a quem precisa de alguma ajuda, tal como nós e daí também espero, de certa forma, ser ajudada na troca tão rica de experiências que concerteza, as pessoas que encontrarmos ao virar da esquina nos vão gentilmente oferecer.


&

TIAGO

Humano, género masculino, 18 anos. É introvertido ( até lhe furarem a casca ), alto, magro, pele pálida, tem sardas e o cabelo cheio de fios brancos. Gosta das castanhas assadas do avô e tem o vício de lamber as tampas dos iogurtes. Gosta de Avestruzes e de alguém que lhe aperte os cordões. Gosta de branco e verde e de achar que está moreno. Envia e recebe mensagens de muito, muito longe. Deseja fazer um monte de viagens com a mochila de campismo e a máquina fotográfica. É sarcástico, um bocadinho mais do que devia. Está apaixonado, mas pela vida. Ah, e não vive sem dar palpites !

Começa agora, definitivamente, a aventura. Vou juntar-me a mais 5 “legionários” e percorrer as ruas e becos da Cidade. Vou para a Batalha encher a carrinha de boa vontade. Vou levantar-me bem cedo e correr para casa verde na Rua do Camilo e deixar-me levar pelas ordens da D.Emília. Vou descascar os verdes, servir os cinzentos e sorrir a um, ainda que passageiro, laranja ! Enfim, vou virar a esquina e conhecer todas as outras cores, escalas e tamanhos. Volto, com muitas coisas para contar
!

&

JOANA GOMES

Sou uma menina, aparentemente crescida, de 18 anos. Tratada carinhosamente por Joaninha, por alguns, Necas, Joana e um outro nome que não é muito apreciado. Tímida, amiga, gosto de mandar bocas e “picar” quem gosta, sou apaixonada por fotografia, viagens, aventura, amigos, saídas, diversão. Gosto de passar horas a conversar com quem sinto que me entende, gosto de praia e de passear pelas ruas do Porto. Allta, magra, “sardenta”, e morena. Quero conquistar a vida rodeada de amigos e das pessoas que gosto.

Agora vou conhecer um novo mundo, um que eu pensava já conhecer porque lidava com ele diariamente, mas sem lhe dar a devida importância. Agora ao distanciar-me da minha “zona de conforto” vou vivenciar cada experiência de vida que todas as pessoas com quem vou conviver durante este projecto me tenham para contar. Quero distribuir sorrisos na ronda da caridade da LBV. E ajudar a preparar mais almoços de sábado na casa da Sopa. Na verdade, vou conhecer uma nova realidade !

&

JOANA GUIMARÃES

1,56m, bem pequenina e bem morena…
18 Anos, que mais parece 16…
Nasci na cidade do Porto, onde me orgulho…
Apaixonada pela vida e pelas pessoas que me adoram…
A dança faz parte de mim, nela dedico-me a 100%!
Sou viciada em chocolate, shoppings e compras… e o Inglês não é comigo!
Adoro a companhia dos meus amigos, que me aturam na escola, mas reconheço que sou resmungona e teimosa…
Não dispenso o convívio e conhecer novas pessoas!

No tema Voluntariado, o subtema que mais me suscitou interesse foi os sem-abrigo, onde vamos trabalhar com instituições como a Legião da Boa Vontade e a Casa da Sopa.
Sei que durante os próximos meses vou aprender e conhecer novas pessoas, novas culturas, novas experiências e, acima de tudo, vou ajudar e dar um sorriso àqueles que necessitam de um ombro amigo.
Espero que nos acompanhem nesta viagem pelas ruas do Porto.
Em breve traremos o lado oculto do “virar da esquina”!

&

JOÃO DUARTE

Teimoso q.b. conhecido por não parar quieto por muito tempo, gosto de estar sempre a fazer alguma coisa. Gosto de ser Loiro mesmo não o sendo, gosto de Inglês e gosto de Londres. Gosto de me rir até me doer a barriga e não consigo viver sem o meu telemóvel. Gosto de inventar nomes ás pessoas e gosto de ler. Sou preguiçoso ao ponto de alguém me chamar alentejano, e não passo sem as minhas 9h de sono.

Com este projecto eu não quero fazer História, eu quero sim fazer parte da História, ajudando mesmo aqueles que dizem não precisar de ajuda. Quero chegar ao fim com vontade de fazer mais e não deixar que o fim deste projecto seja o final do meu voluntariado. Vou aprender, vou errar, mas vou voltar a tentar até conseguir. Quero partilhar aquelas experiências que em muitos casos só as encontramos ao virar da esquina, e aí quero fazer os possíveis para fazer alguém mais feliz, ou então alguém menos triste.

&



MAFALDA

Olá, eu sou a Mafalda Rego. A Maffs! Tenho 18 anos e sou uma adolescente inconformada. Apesar de tudo, feliz. Gosto dos meus actos de rebeldia, da minha irreverência e de festa! Mas gosto também do meu sossego. Nessas alturas aproveito para escrever… é a minha maneira de reflectir. Não gosto de fazer nada obrigada. As obrigações são correntes! Empenho-me no que me dá prazer e aí sim dou tudo de mim por um fim. Quem ata a minha liberdade, rouba-me a felicidade. Assumo os meus vícios como paixões que me tornam maior e melhor… sei que um dia me vão ensinar. Um dia as minhas boas e más qualidades fundir-se-ão e eu serei uma pessoa completa. Tenho fé em mim própria e nos meus. E é essa a minha única fé. Mas tudo isto pouco importa agora. O que conto a seguir é quem eu sou neste projecto:

Quando era pequenina e ia passear com a minha mãe pela baixa do Porto, parava à beira dos mendigos todos que por lá apareciam e pedia a minha mãe para lhes dar uma moeda. Mas ela só dava à “mulher estátua” que depois dançava para mim. Hoje sou mais crescida e compreendo porque é que ela não dava dinheiro...O certo é que nunca fui indiferente. Sempre que posso colaboro com uma associação de solidariedade, converso com um sem-abrigo em Santa Catarina ou ofereço o lanche que levo na mala. Gosto da sensação de que estou a fazer uma boa acção. Porque se na minha rotina sou uma pessoa distante, às vezes vítima da minha arrogância, nestes momentos posso aliviar o meu espírito e inspirar orgulho por mim mesma. Este projecto vai fazer com que me sinta realmente útil e vou adorar a sensação. Vou conhecer os protagonistas dos bons sentimentos da minha infância. Por isso, estou disposta a empenhar-me!


Introdução



“ Ao virar da esquina... ”
…dentro do tema Voluntariado, o nosso grupo optou por desenvolver o sub-projecto sobre os Sem-Abrigo do Porto.

O nosso objectivo é trabalhar em parceria com instituições como a Legião da Boa Vontade (LBV) e a Casa da Sopa para compreender como funciona a acção de voluntariado e de apoio a estas pessoas e para participar activamente como voluntários nas actividades destas instituições.

Escolhemos esta vertente do tema principal – Voluntariado – porque considerámos que o mundo dos sem-abrigo e de outros marginais que frequentam as ruas da cidade do Porto é ainda muito oculto e desconhecido da opinião pública.

Com este projecto, auto-propomo-nos a descobrir a realidade da vida nas ruas e a trazer as nossas impressões, as nossas vivências e os testemunhos à comunidade escolar e envolvente. Queremos também mostrar o que se passa por trás dos logótipos das associações de solidariedade e qual é o seu trabalho, a sua importância e a sua a relação com as pessoas que apoiam e com os seus colaboradores.

Entretanto, vamos entregar-nos à pesquisa e ao trabalho com as associações para compreendermos tudo o que ainda nos é estranho.

Acima de tudo sentimo-nos atraídos por este sub-tema pelo desafio que representa. Será um processo de descoberta e estamos dispostos a aprender e fazer tudo o que está nos nossos planos e o que mais aparecer ao virar da esquina...